A crise financeira enfrentada pelos hospitais pelotenses continua se desdobrando. Na última sexta-feira, após agenda na capital gaúcha em busca de recursos estaduais e federais para evitar o colapso da saúde na Zona Sul, a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) encaminhou ofício aos quatro hospitais filantrópicos de Pelotas pedindo a espera por uma resposta do Estado e da União. A medida busca evitar o fechamento de leitos hospitalares.

Nas últimas semanas, Santa Casa, Beneficência Portuguesa, Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP) e Hospital Espírita vêm expondo a situação financeira delicada que vivem e ameaçam o fechamento de mais de 60 leitos clínicos e de tratamento intensivo como forma de minimizar os efeitos da crise. Somados, os hospitais têm déficit mensal de mais de R$3 milhões. A primeira etapa de interrupção de serviços estava prevista para esta semana.

Diante da situação, desde a reunião emergencial realizada na Associação de Municípios da Zona Sul (Azonasul) no último dia 17 para tratar o tema, prefeitos da região vêm se mobilizando para evitar o fechamento. Em Porto Alegre, nos últimos dias, o problema já foi levado ao vice-presidente do Banco Regional de Desenvolvimento (BRDE) e também ao ministro chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta.

Ao DP, a Prefeitura também informou que, junto a Azonasul, foram encaminhados pedidos de audiência com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, que estará em território gaúcho no próximo dia 30. "Enviamos um ofício aos hospitais solicitando que não fechassem os leitos até o retorno do governo federal. As direções iriam se reunir hoje [ontem] e acredito que não haveria fechamento", afirmou Paula.

A reportagem entrou em contato com os hospitais, que confirmaram a realização da reunião nesta segunda-feira. O fechamento de leitos, no entanto, não foi confirmado nem descartado. A expectativa é que, nos próximos dias, as instituições divulguem uma decisão oficial conjunta em resposta ao pedido da Prefeitura.